Como saber se o Som tem qualidade e definição? High-end

Pessoas querem mais que produtos, querem que o sistema de som automotivo que toque música com muita emoção, intensidade, envolvimento e gere prazer, muito prazer.

Qualquer gênero musical é ótimo desde que o sistema de reprodução ajude.

Se o sistema de reprodução for muito fraco, qualquer música perde sua emoção.

E música é emoção, independente de gênero e volume.

Mesmo em volume baixo a emoção deve ser estimulada.

Isto é alto-desempenho musical.

O que é um som de qualidade e alta definição?

HIGH END

 Termo utilizado para produtos que empregam tecnologia de ponta extrema, à frente da tecnologia atual.
Em português coloquial: Tecnologia de outro mundo

COLORAÇÃO SONORA

Em sonorização, é o excesso em determinadas frequências, tornando a reprodução artificial, irreal e sem fidelidade.

É como um prato com tempero em demasia – é enjoativo e atropela o sabor dos ingredientes.

O bom alto-falante deve ser neutro e reproduzir a música exatamente como ela é quando em FLAT*.

Caso o consumidor, a critério de seu gosto pessoal, queira adicionar coloração (mais grave, mais agudo, etc) equalizável, ele tem como base a reprodução neutra. Há falantes e amplificadores cuja coloração sonora vai além de ganhos em frequências, o timbre passa a ser demasiadamente artificial e sintetizado.

Em português coloquial: Cansei, tá enjoativo… Não soa natural.
*FLAT – Bass, Mid e Treble ajustados no 0.

Veja também: Como regular som automotivo?

EQUILÍBRIO ESPECTRAL

equelibrio espectral som automotivo de qualidade

É o equilíbrio proporcional entre as faixas de frequências de uma música.

Ao erguer ou diminuir o volume, as frequências sub-grave, grave, médio grave, médio agudo e agudo devem subir e diminuir proporcionalmente em todos os falantes do carro, direito, esquerdo, frontal e traseiro + subwoofer.

Alto-falantes de baixo custo normalmente apresentam um tweeter muito presente em volumes baixos comparado ao médio (mid-bass) e, quando em volume alto, o tweeter satura perdendo definição e o médio soa arisco demais, tirando a articulação musical.

Em português coloquial: Tem grave/agudo demais. Tá berrando muito. Abaixe o volume um pouco, por favor.

Qual a importância disso?

Imagine um prato preparado com sal (ou pimenta, alho, louro, cominho, orégano, etc) em excesso ou, com falta dele.

Comida para ser gostosa deve ter a proporção exata dos temperos, nenhum pode “atropelar” o outro ou pior, artificializar tanto o sabor que o ingrediente em si, acabe tendo seu sabor atropelado pelos temperos. Portanto, não queremos nem sal demais e nem de menos.

Existe o ponto ideal, exato.

Em áudio temos a mesma preocupação. Se um espectro ou mais não estiver em harmonia, tornará o áudio enjoativo, irritante ou extremamente irreal em comparação a como ele foi gravado originalmente.

Como áudio com baixo equilíbrio espectral se apresenta?

Excesso ou falta de agudo, grave, médio, etc. Pode variar também em volume baixo, médio e alto.

Ou seja, no mesmo sistema o grave/médio/agudo é tímido em volume baixo em relação aos demais espectros, mas em volume alto aparece demasiadamente, em excesso.

Por quê isso ocorre?

Por ajustes errados, mídia MP3 de baixa definição e devido à baixa qualidade dos seus alto-falantes, amplificadores e cabos RCA.

Há alto-falantes que apresentam muitos picos e vales nas curvas de resposta de frequência. O pico faz alguns espectros soarem volumosos demais e nos vales, inibidos demais.

Qualquer usuário mais experiente já notou que em alguns sistemas de áudio, mesmo ajustado em FLAT, o agudo some e o médio se sobressai demais, ou o contrário. Em alguns casos, um dos espectros se sobrepõe demasiadamente sobre os demais, tornando o áudio enjoativo.

E quanto ao grave?

É onde mais ocorre este problema. Ao usar uma sintonia de caixa incorreta, o grave não soa linear (sem picos nem vales) e acaba ficando forte demais em uma parte de sua frequência de trabalho e fraco demais em outras. Evitem subwoofers muito voltados a SPL (volume sonoro) ou com promessas de volumes ensurdecedores. Uma coisa é alto-falante projetado para tocar música com qualidade, outra coisa é alto-falante para quem só quer disparar alarmes e tremer o carro.

Cabo RCA também interfere nisso?

Sim, se você fizer um teste com sinal pink noise (frequência completa e única de 20hz a 20khz – o que o ouvido humano capta como audível) numa RTA analógica (Real Time Analyzer) poderá notar que a maioria dos RCA pode “comer” alguns espectros, fazendo-os soar mais fracos que os demais.

Ou seja, há RCA que inibe o agudo. Outros inibem o médio.

Por isso, entusiastas muito gabaritados rejeitam RCAs de marcas sem foco sério em alta definição ou que não apresentem preocupação com capacitância, resistência, impedância e indutância dos cabos.

Mas eu gosto do grave “torando”, e aí? Estou errado?

Áudio é como vinho. Existe o tecnicamente superior que muito provavelmente irá agradar bastante a quem tem paladar (ou audição neste caso) criterioso. Mas assim como é dito na enologia: “O melhor vinho é aquele que você gosta”, o mesmo vale para áudio.

Portanto, o mais importante é você gostar do seu som e não os outros aprovarem ou reprovarem. Até porque, quem estuda isso tudo a fundo, sabe que há variações na audição de pessoa para pessoa. Basta fazer uma audiometria.

A forma como você ouve nem sempre é como o outro ouve, tímpanos diferentes, audições diferentes.

PRECISÃO TONAL

 É a precisão do tom de cada nota, timbre. Este é o critério número 1 quando se fala de emoção. O quão real os instrumentos e vozes soam comparados ao executado ao vivo.

É também conhecida como assinatura sônica, a identidade exclusiva da sonoridade de cada voz humana, instrumento musical e afins. 

É um dos pontos mais valorizados por audiófilos.

É o que faz um saxofone não soar como um trompete ou uma gaita. Até música eletrônica soa diferente. Em outras palavras, é a chamada alta-definição do áudio.

Veja também: Frequências da voz humana e instrumentos musicais.

Em português coloquial: O som tá embaçado, parece que tem um nevoeiro… Abaixa o volume um pouco, por favor.

DINÂMICA da música

 Usando mídias de qualidade, com boa gravação, toda música tem várias dinâmicas, sendo elas divididas em micro, média e macro.

A micro-dinâmica é notada por detalhamentos, um leve suspiro, o arrastar do dedo sobre o piano, o som do abrir da boca do cantor, entre outras informações musicais ocultas.

Projeta mais realismo, presença e autenticidade.

A macro dinâmica é a capacidade de “aceleração instantânea” quando a música alterna volumes baixos e altos, com comutação ultra rápida.

Deve ocorrer sem saturação, fadiga ou distorção dos falantes, com rapidez e ataque plenos e intensos.

Em português coloquial: Engraçado, não tá empolgando não. Aumenta mais o volume (mas já está muito alto!!)

ATAQUE no Som

É a velocidade, a rapidez com que as notas e instrumentos são executados, a intensidade deve ser precisa, sem embolar.

Em português coloquial: Sem pegada.

PICO NA CURVA DE RESPOSTA DE FREQUÊNCIA

 Em determinadas frequências, o som fica forte demais. Em alto-falantes de baixa qualidade, chega-se a ter mais de 10dB de diferença de volume em determinadas frequências.

Isso equivale a um volume 3x acima de como foi gravado originalmente.

O bom alto-falante deve ser linear, não apresentar picos nem vales em sua curva de resposta de frequência.

Em português coloquial: Essa sanfona tá muito alta, mas o contra baixo eu nem ouço direito!!

Veja também: Qual a diferença de decibéis para frequência?

VALE NA CURVA DE RESPOSTA DE FREQUÊNCIA

O oposto do pico, o som fica baixo demais em determinadas frequências.

Em português coloquial: Mal consigo ouvir a sanfona, mas o grave do baixo tá tremendo tudo!!

SIBILÂNCIA

O tweeter soa ardido, raspa em algumas frequências de agudo.

O prato da bateria, que ao invés de soar como “tsss tsss” soa como “tsh tsh tsh”.

Em português coloquial: Cara, tá doendo meus ouvidos, parece que tem um gato escaldado. Abaixa o volume um pouco, por favor.

BRILHO no Som

Todo mundo já ouviu uma música que parece que tem algo bloqueando o alto-falante, como um tapete sobre ele, pois a música soa apagada, sem vida, pálida, a “1 km de distância”.

Uma música com brilho é muito mais envolvente e apresenta todo o conjunto dos itens descritos acima sem gerar coloração sonora.

Chamamos tecnicamente um áudio sem brilho de velado.

Em português coloquial: Nossa, dá até arrepio esse som, muito envolvente!

DAMPING do Módulo Amplificador

É o freio do amplificador sobre o alto-falante.

Batidas musicais muito rápidas tendem a se embolar caso o amplificador não conte com um bom damping e o alto-falante for duro demais.

Portanto, é um critério que se aplica tanto ao amplificador quanto ao alto-falante.

Assim como o carro acelera e freia, o alto-falante deve excursionar gerando ondas musicais e parar no tempo da música, sem continuar a vibrar pela sua inércia.

Alto-falantes high-end nem sempre precisam de amplificador com fator damping alto para apresentarem um áudio controlado e preciso.

Já alto-falantes de construção pobre no geral, pedem um amplificador com maior poder de controle (damping) para compensar, até determinado limite, a falta de qualidade.

Em português coloquial: Os instrumentos estão tocando tudo um em cima do outro, embolou num mingau só.

Veja também: Como escolher o melhor módulo amplificador?

CANCELAMENTO ACÚSTICO

 No carro há materiais internos que absorvem ou refletem as ondas musicais.

O banco de estofado, por exemplo, tende a absorver as ondas enquanto o vidro tende a refletir. Lataria de porta que vibra muito (sempre no sentido oposto ao alto-falante – lei da ação e reação) também gera cancelamento acústico.

Não é essencial para muitos e também varia muito de carro para carro.

Em português coloquial: Boto ganho, aumento o volume, o falante tá esgoelando e o som parece que não aumenta…

AMBIÊNCIA no Som

Há músicas gravadas em estúdio e outras em estádio, ao ar livre.

Há bandas que gravam determinadas músicas em estúdios grandes, com pé direito alto para ter um efeito de eco proposital.

Outros gravam em salas de concerto.

Em algumas músicas, tem-se a percepção que a cantora está sussurrando aos seus ouvidos tamanho o realismo. Ou, que você está no show ao vivo.

Em português coloquial: Caramba, parece que estou lá!!

PRAZER musical

O prazer musical pode ser traduzido em várias palavras: profundo, provocante, mágico, envolvente, intenso, emotivo, emocionante, nostálgico, realista, intrigante, surreal, instigante, entusiasmante, etc.

O mais importante é que esses prazeres estejam presentes conforme o gênero musical e sejam sentidos em sua plenitude.